Uma das cinco mil explicações para a política
Quando eu era bem criança, o bairro onde morava passou por uma grande transformação. Eu interpretei tudo aquilo como as crianças entendem o mundo: este lugar está ficando adulto, igual eu vou ficar um dia.
Na cabeça de uma criança, ser adulto é ter controle sobre as coisas, consciência plena a respeito do que fazer e se está fazendo pela vida. Depois a gente cresce e descobre que ser adulto é tão confuso quanto uma declaração de amor aos 16 anos, como li outro dia num poste.
A Nova Pampulha, uma das periferias da região Metropolitana de Belo Horizonte, me apresentou a política que alcança o mundo real das pessoas. Foi no dia em que a luz elétrica chegou por lá, e mudou tudo a nossa volta.
Eu restaurei essa memória em um podcast para falar que política não é cultivo rotineiro do ódio, como podemos pensar em tempos como agora. Para mim, política sempre foi o exercício contínuo da construção de horizontes comuns. Com entrevistas com Gisele Brito, Leonardo Nunes e Mariana Belmont.
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